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03-12-2014

Estudo recomenda limitação à pesca e criação de área piloto para a recuperação da população de enguias.


A enguia tem futuro e os pescadores podem ter futuro ao lado da enguia. São dados que constam do estudo desenvolvido pela Universidade ...

A enguia tem futuro e os pescadores podem ter futuro ao lado da enguia. São dados que constam do estudo desenvolvido pela Universidade de Aveiro e que vai ser apresentado no próximo dia 13 de Dezembro. O colóquio sobre as enguias na ria de Aveiro vai apresentar dados de um estudo dedicado à enguia na economia regional num encontro que decorre na Murtosa no dia 13 de Dezembro nas instalações da COMUR.

Serve de apresentação ao projeto “enguias na ria de Aveiro – um ex-libris a preservar: biologia, sanidade e pesca”. Este encontro vai contar com a presença de investigadores da Universidade de Aveiro que apresentam ideias sobre a manutenção da espécie e o desenvolvimento.

Trata-se de uma iniciativa do Grupo de Ação Costeira da Região de Aveiro de forma a “estabelecer conhecimento que proporcione a sua exploração sustentada, ou seja, uma pesca continuada no tempo que não contribua para a extinção da espécie”.

Outros dos pontos deste estudo era perceber se o ambiente lagunar se encontra contaminado com poluentes que afetem a condição de vida da enguia e a tornem prejudicial ao consumo humano.

Os dados apurados levam os autores do estudo a recomendar a criação de “uma área piloto de intervenção para a recuperação da população da enguia e da gestão sustentada da sua exploração, através de intervenções a serem desenvolvidas a curto-médio prazo e a médio-longo prazo”.

“Muito embora se constate uma tendência ligeira de recuperação do stock de pesca, isto é, a quantidade de enguias disponíveis na Ria de Aveiro para serem pescadas, não sabemos se a propensão positiva verificada é consolidada ou é um fenómeno casual”.

Não tendo certezas sobre a sustentabilidade da recuperação do stock, os investigadores sugerem que, de forma preventiva, “sejam mantidas e fiscalizadas as normas legais em vigor, de restrição da pesca comercial da enguia na Ria de Aveiro”.

No caso da enguia-de-vidro com proibição total da pesca; no caso da enguia-amarela e enguia-prateada limitação do tamanho mínimo de captura dos exemplares para 22 cm. Nas sugestões fala-se em congelar a atribuição de novas licenças para artes destinadas à captura de enguia e manter o período de defeso, entre outubro e dezembro, para permitir a fuga dos reprodutores (enguia-prateada).

O controlo das atividades de pesca é outra das apostas com o preenchimento e entrega de um diário de pesca, com indicação do peso pescado, discriminado por enguia-amarela e enguia-prateada, e a região de incidência da pesca. Este um trabalho dos pescadores.

Nas Lotas com registo diário do peso desembarcado, discriminado por enguia-amarela e enguia-prateada e registo dos compradores comerciantes que adquirem o pescado de enguia.

No caso dos comerciantes de praça, com registo de um diário de abastecimento de enguia, indicando o peso adquirido, discriminado por enguia-amarela e enguia-prateada, e o abastecedor (pescador ou intermediário).

Para restaurantes é exigido o registo de um diário de abastecimento de enguia, com indicação do peso adquirido, discriminado por enguia-amarela e enguia-prateada, e o vendedor que abasteceu.

Quanto à pesca lúdica e desportiva da enguia os investigadores sugerem a “proibição total”.

Com estes passos, admite-se que num horizonte de 5 a 10 anos seja possível obter “resultados mais fiáveis sobre o estado da população e eventualmente o alargamento do aumento de esforço de pesca”.

No capítulo dedicado ao repovoamento, os investigadores defendem que as pisciculturas podem dar “impulso à produção de enguias” onde para além da entrada natural “devem ser introduzidas enguias pigmentadas no início da enguia-amarela”.

O estudo defende também que sejam definidas “zonas privilegiadas para o crescimento natural da enguia”, como a metade sul do canal de Mira, da Vagueira ao Areão, e a parte norte do canal de S. Jacinto, acima da ponte da Varela.

“Estas áreas devem ser repovoadas com, pelo menos, metade da produção de enguia-amarela das pisciculturas. Com esta medida, pretende-se incrementar o stock de enguia nas regiões e melhorar as capturas dos pescadores profissionais licenciados para pescar especialmente nessas zonas. Em relação à enguia-prateada produzida em piscicultura, cerca de 80% deve ser devolvida ao mar para seguir a migração para a reprodução”.

Outras das apostas é o alargamento do plano à Bacia Hidrográfica do Rio Vouga uma vez que a enguia pode aproveitar áreas que não as da ria de Aveiro sugerindo ações “nos obstáculos à migração, na recuperação dos habitats, no controlo das pescas, no repovoamento e nos predadores naturais”.

Para melhorar a qualidade e o controlo da produção, os investigadores dizem que a dispersão dificulta e colocam a criação de áreas específicas e mais restritas como a região do Areão, no canal de Mira, como solução para melhor controlar o processo.

No resumo, fica a certeza de que a atividade “pode ser atrativa do ponto de vista económico”, tendo em consideração os postos de trabalho que pode criar e o retorno financeiro e turístico para a região.

“Pode constituir uma fonte de reconversão dos pescadores lagunares, que vendo restringidas as suas licenças de pesca e tendo um bom conhecimento empírico sobre a enguia, podem ser uma mais-valia na produção da espécie”.


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